Colaborador do Massive Attack nos primeiros anos do grupo, Tricky se lançou em carreira solo com o aclamado “Maxinquaye” – nome da sua mãe que se suicidou quanto ele tinha 4 anos de idade – e sem dúvida um clássico absoluto do hip-hop. O nível continuou alto com “Nearly God”, “Pre-Millenium Tension” e “Angels With Dirty Faces”.
Daí Tricky alternou álbuns bons com outros nem tão acertados assim, uma porrada de participações especiais em discos de outros, várias pontas no cinema e uma impaciência crescente com a mídia.
“False Idols”, sem dúvida, é o melhor trabalho de Tricky nos anos 00. Uma volta à forma de maneira sucinta e coesa – nenhuma música tem mais que 3 minutos e meio – agregando leves influências de dubstep, dancehall, jungle e o diabo, todos ritmos que tomaram o underground britânico nos últimos anos.
httpv://www.youtube.com/watch?v=pC4DyQAT_Vg
Tricky continua soturno e mestre em criar “ambientes” como poucos: experimente “Valentine” e “We Don’t Die”, por exemplo, ou mesmo “Parenthesis”, releitura do The Antlers. O cara sabe como poucos fundir peso, ritmo, harmonias e estruturas improváveis, colocar seu conhecimento profundo de hip-hop em batidas quebradas e poucos convencionais ao lado da cadência do rock e do clima denso do industrial.
Tudo que ele já fez aparece aqui de maneira ainda mais azeitada, ácida e provocativa, aliando brilhantemente os vocais femininos com os seus e diferentes vertentes da música eletrônica, outra marca registrada. Como um dos fundadores do que se convencionou chamar de “trip-hop”, é ótimo ver Tricky entregar uma obra no nível de “False Idols”.
![M.O.V.I.N [UP]](https://revistamovinup.com/wp-content/uploads/2019/03/Cultura-além-do-óbvio-Desde-2008.jpg)
