Nesta edição, umas pinceladas sobre música brasileira…
Por Tiago L. Garcia
“A bossa nova mostrava o Brasil que queríamos ser, o cinema novo o Brasil como ele era”…Adoniran Barbosa mostrava os dois e ninguém prestava a atenção!
O Brasil que Bossa Nova queria ser deveria ter ao menos o dobro de costa litorânea!
E o mar da bossa não tem sal, como as lágrimas do fado.
A viola toca, e o mar vira grama e cheiro de madeira queimada.
E a gaita-ponto se estende nos prados gaúchos, e no puxar do fole do Tio Bilia.
E os choristas talvez chorassem (e ainda choram) de pena dos senhores engravatados.
Pixinguinha ou o Machado de Assis otimista da música brasileira!
Só mesmo a seca para produzir a navalha mágica do Cordel do Fogo Encantado.
E só mesmo a seca para produzir a música mais plena de alegria poética…a dos Beatles Bianos de Caruaru!
Allons au Forró!: A musica cajun e o forró são primos que jamais se encontraram.
E o quão poético Chesterton não acharia os solos de bochecha do Hermeto!
E a alegria extática de ‘Parar a Charanga’, ‘Parar Charanga’, com o Palhaço Carequinha e a banda do Altamiro Carrilho!
Ver Emília Brincar: Pobre de mim Emilia me traga uma notícia boa!
Enorme seria o prazer de apertar a mão do Lewis Carrol, ou Edward Lear, brasileiro, quem sabe lusitano, que inventou a poesia de ‘Atirei o Pau no Gato’.
Eu sei, eu sei, “coitado do gato”…mas é que, por vezes, crianças, poetas e filósofos se irritam e não há nada que possamos fazer a respeito, a não ser, é claro, pedir desculpas ao pobre gato pelos agravos cometidos.