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Mondo Drag: ótima máquina retrô

Havia algo de muito familiar na sonoridade do Mondo Drag assim que comecei a escutar seu último disco, auto-intitulado, um dos melhores lançamentos de 2015. Claro: retrô até o osso, totalmente analógico, cheio de referências dos anos 70, tudo ficou mais evidente depois que descobri que Cory Berry e Zack Anderson também passaram pelo grupo. Os dois tocam atualmente na Suécia, pelo Blues Pills e foram do Radio Moscow, duas bandas com a mesma pegada que são favoritas aqui da casa.

Em suma: simplesmente sou fascinado por esse tipo de som. E um trecho do release explica bem a atmosfera do Mondo Drag:

“If you love Blue Cheer, Black Sabbath, Can, Atomic Rooster, Hawkwind, Budgie, Uriah Heep, Deep Purple, Italian prog, Krautrock in general, and heavy space-outs….get into Mondo Drag. They’ll knock your socks off, let your hair down and take you on a mind’s eye exploration you won’t soon forget. Though they exude love for the spiraling tapestry of heavy psychedelia of the past, they are on a rock and roll mission all their own: an unearthed prog band, futuristic in their time capsule, rocketing forward through the depths, gathering the sounds of space itself.”

Se as referências citadas são as melhores possíveis, essa combinação (felizmente) é muito bem executada nas 7 músicas do álbum. Seja na curtíssima “Zephyr”, que abre o álbum lá em cima ou na mais viajante”Pillars Of The Sky”:

httpv://www.youtube.com/watch?v=ufX0YpvcgPc

httpv://www.youtube.com/watch?v=9OikQjBHPno

John Gamino, Nolan Girard e Jake Sheley cresceram e tocam juntos já há 15 anos. O que fica evidente na qualidade do material. Este já é o terceiro disco cheio e o contrato com a Riding Easy Records – um selo especializado nesse tipo de som que é casa de outros bons grupos – prevê no mínimo mais dois. Utilizando extensivamente material bem antigo para a gravação e produção – incluindo microfones dos anos 40 e 50 – o Mondo Drag traz aquele som quente, orgânico e bem dividido em canais (longe da guerra de volume costumeira), tudo aquilo que faz essa pegada vintage analógica retrô realmente especial, além da sonoridade ser espetacular. Pra quem gosta do riscado, mais uma excelente “nova velha banda” para se deliciar.

httpv://www.youtube.com/watch?v=648X2aWxkPE

Jornalista investigativo, crítico e escritor. Publico sobre música e cultura desde 2003. Fundei a Movin' Up em 2008. Escrevi 3 livros de contos, crônicas e poemas. Venci o Prêmio de Excelência Jornalística (2019) da Sociedade Interamericana de Imprensa na categoria “Opinião” com ensaio sobre Roger Waters e o "duplipensar brasileiro" na Movin' Up.

Published in Descobertas