Você provavelmente não conhece Colatina, no Espírito Santo. Se não for capixaba, as chances são de praticamente 100%. É de lá que surgiram os rapazes do Mickey Gang, quarteto indie que caiu nas graças de agitadores boa praça da cena noturna paulista como Flávia Durante e Lúcio Ribeiro. Dali pro resto das mentes alternativas do país, um pulo.
Colatina, pra mim, era cidade grande. São Gabriel Da Palha, onde nasci, era província de Colatina há algumas décadas atrás. Conheço razoavelmente bem. Minha primeira reação ao saber que o tal “Mickey Gang” era egresso daquele inferno às margens do Rio Doce foi de inegável surpresa.
Rolando por aí há meses, nunca tinha ido atrás para ouvir o MG. As primeiras audições de “hits” (!?) como “Horses Can’t Dance” e “I Was Born In The 90’s” explicam todo o rebuliço: a molecada sabe o que faz. Dentro do universo do indie-eletro-rock-etc. Não há porque separar o MG da seara de CSS, Klaxons e boa parte das milhares de bandas indie que surgem no Reino Unido a cada segundo. São tão bons e ruins quanto. Melhores que a maioria, arrisco.
Acessando o MySpace, ouvindo as músicas, vendo o estilo de tudo, não dá para diferenciar Colatina de Glasgow ou Sheffield. Duas mini turnês na Inglaterra, aliás, shows em São Paulo e no Creamfields em BH. A gravação do próximo EP foi do chapa Marcel Dadalto, do Zé Maria, que dispensa apresentações.
O MG tem tudo pra seguir na trilha do reconhecimento lá fora. Seja lá o que isso signifique. It’s the world, baby.