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Roberto Carlos é patrimônio nacional

Do Veia Urbana

Hoje, 19 de abril, Roberto Carlos completa 70 anos. O homem, a lenda, o Rei, o artista que mais vende discos no País desde a década de 60, continua firme em seu posto de ícone maior da música brasileira em todos os tempos. E segue influenciando gerações e mais gerações de artistas da nossa música desde que ele próprio se entende por artista – para o bem ou para o mal. E isso mesmo sem lançar um disco composto exclusivamente por canções inéditas em mais de dez anos. E, sobretudo, um disco relevante, que não seja apenas um reprocesso de décadas passadas.

Aliás, até nisso Roberto Carlos mantém vantagem: é um dos poucos artistas do Brasil, senão o único, que pode se dar ao luxo de pegar o passado, mudar alguns arranjos e seguir encantando o público com algo que, em mãos e interpretações de outros, soariam como mais do mesmo forçado. Isso porque, inegavelmente, Roberto Carlos tem material, carisma e história de sobra para fazer o seu mais do mesmo particular em discos entupidos de versões ao vivo e algumas poucas canções inéditas desde a virada dos anos 90 para os anos 2000. Mais especificamente com o disco “Roberto Carlos”, lançado em 1998. Muito por conta da doença e posterior morte de sua esposa, Maria Rita, em 1999.

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Robertão é como aquele vizinho que não é da família, mas participa de todos os eventos e encontros familiares. É alguém que faz parte do nosso cotidiano, das nossas rodas de conversa, dos nossos momentos de lazer e tristeza. Ele está presente em cada momento. Seja arrumando casa ao som de músicas que não sabemos exatamente onde e quando aprendemos a cantar ou então embalando nossas lágrimas com canções que dizem mais a nosso respeito do que qualquer sessão de terapia.

E mesmo que pareça viver em um universo paralelo de estrela inatingível, Roberto Carlos ainda se assemelha com cada um de nós, simples mortais. Pode ser tanto aquele tio romântico à moda antiga quanto um avô careta que não gosta de álcool ou palavrão. Pode ser aquele primo mais velho que te leva para ir paquerar algum broto em uma sessão de cinema ou aquele seu amigo protótipo de James Dean, mezzo rebelde sem causa mezzo galã sofrendo e correndo do amor a 120, 150, 200km/h nas avenidas da vida. Ou ainda aquela tia chata que só fala de religião e cosias do tipo. Mas lá estaremos nós o acompanhando em cada passo, cada personagem dentro dessa nossa grande família.

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Atualmente, as mesmas canções de outrora soam chatas nos famigerados especiais de final de ano da Rede Globo. Parece que a orquestra de dezenas de músicos que acompanham Roberto Carlos em cima do palco não garantem os toques de originalidade eousadia juvenil dos áureos tempos do Rei. Os arranjos que vão dos anos 60 até meados de 70 tinham mais “atitude” e presença. Enfim, eram mais relevantes. Mesmo sendo, em grande parte, rockinhos (ou Iê Iê Iê, como preferir) embalados para vender e agradar adolescentes com temas tão ousados quanto andar descalço em dias frios.

Roberto Carlos já foi Rei. Hoje talvez seja rei. Mas independente da “nomeação” em letra maiúscula ou minúscula, ele vai continuar encantando pessoas e corações de diferentes idades com suas letras e músicas de décadas passadas. Seu legado já está cravado na história e na memória de cada um de nós. E isso não tem mais volta.

httpv://www.youtube.com/watch?v=KWUTJK_RAfM&feature=player_embedded

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Published in Cena BR Destaques