Primeiro mega festival realizado no Brasil em muito tempo, a estreia do SWU trouxe boas atrações, uma ladainha de sustentabilidade que não encontrou o mínimo respaldo na prática e toneladas de problemas de acesso, área vip, instalações, etc, relatado por milhares de pessoas que passaram por uma verdadeira odisséia em Itu.
A coletiva da edição 2011 parece que se preocupou essencialmente em ressaltar a melhoria dessa infra-estrutura e a preocupação em solucionar alguns problemas: o local foi transferido para Paulínia, cidade riquíssima com boa rede hoteleira que criou um pólo de cinema nacional e louca para investir, a tão criticada área vip foi deslocada para a lateral do palco com capacidade para 4 mil pessoas, o dobro de banheiros, o triplo de latas de lixo, espaço do evento três vezes maior, praça de alimentação do próprio festival e não terceirizada, nos dias 12, 13 e 14 de novembro.
Tudo muito bom, tudo muito bem. Aprender com os erros e ouvir a opinião do público é o mínimo que se espera. Na música, Neil Young, alardeado como maior atração do festival ao lado de um ventilado Bob Dylan, foi confirmado apenas como palestrante (!?). Ainda não dá pra saber se é só brincadeira, porque parece demais. No resto, um show de obviedades e bandas que vem frequentemente ao Brasil: Megadeth, Black Eyed Peas, Damian Marley, Snoop Dogg e Peter Gabriel com orquestra. Só Gabriel não costuma pisar muito por aqui e, ainda assim, sua carreira solo fica bem abaixo do Genesis. A tenda eletrônica terá o dobro do tamanho. Eduardo Fischer ainda confirmou que os ingressos ficarão mais caros e fez até uma comparação bizarra com Hannah Montana.
Anticlímax total. Ainda é cedo para ser fatalista com o festival? Sim, é. Considerando que são 70 atrações entre nacionais e internacionais e pouquíssimos foram anunciados. Mas não dá pra compreender como a organização usa a coletiva para anunciar atrações fracas, deixa o principal nome numa palestra e o resto pra mesma conversinha de sempre. Impressiona a dificuldade em se fazer um festival decente com toneladas de dinheiro na mão, parceiros fortes e incentivos mil.
Podem virar o jogo com um lineup milhões de vezes melhor que esse, podem. Mas é no mínimo estranho a “aula” de gerência que os organizadores dos nossos mega festivais conseguem dar. Vide o Rock In Rio 2011, possivelmente a pior escalação de um festival grande em todos os tempos. Por enquanto Paulínia não fica atrativa pra ninguém que não seja pra fazer cinema. Muito pouco para quem precisa se consolidar. Aguardemos o segundo round.