Difícil falar de Mike Patton sem evitar o clichê da “diversidade”. Fato é que o maluco é uma das mentes mais interessantes e produtivas da música mundial nos últimos 25 anos. Depois de fazer história no Faith No More (e mesmo durante a existência da banda), Patton resolveu brincar de compor tudo que tivesse vontade, recrutando alguns comparsas e soltando pedradas sob o nome de diversos grupos: Tomahawk, Mr. Bungle, Fantômas e Peeping Tom, pra ficar só nos mais famosos.
A última passagem pelo Brasil veio na turnê do disco “Mondo Cane”, que trouxe a sua interpretação de clássicos da música italiana. Pois é. E 6 anos após o último álbum do Tomahawk, Patton acaba de entregar “Oddfellows”. Trevor Dunn, velho parceiro de Mike, se juntou ao grupo substituindo Kevin Rutmanis, completando a formação que vem estável desde a fundação do grupo.
“Oddfellows” já começa bem pesado com a faixa título, passa pelo pseudo-hardcore de “Stone Letter” e mantém uma variação boa entre pedradas mais diretas como “South Paw”, “Rise Up Dirty”. Já “Choke Neck”, “The Quiet Few” e “Baby Let´s Play” (com ecos de Type O Negative) entram naquela onda conhecida de Patton de estruturas incomuns, arranjos esquizofrênicos e melodias que fogem da obviedade.
Nem sempre acerta, é claro – “Waratorium” por exemplo – mas no geral “Oddfellows” é um registro bem sólido de uma banda entrosada e com nível de replay considerável. Patton raramente decepciona.