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O eterno retorno da Bizz

Principal publicação sobre música da história do país, a revista Bizz teima em não acabar. Do tempo em que ainda existia e suas várias “reinvenções” (Bizz-Showbizz-etc) até os dias atuais, em que vive de edições especiais esporádicas (a exemplo da última, do Rock In Rio, que ilustra o post).

Mas uma das encarnações mais interessantes da Bizz foi a comunidade no orkut fundada em 2005 por Elson Barbosa, ex-colaborador aqui da Movin’ Up, fundador da Sinewave e baixista da Herod Layne. Rapidamente a comunidade conseguiu agregar jornalistas históricos da revista, músicos, leitores, produtores e boa parte da turma que pensa, vive e faz a música brasileira acontecer em suas diversas frentes.

Palco de discussões relevantes, inúmeras brigas e alfinetadas e infinitas bobagens também, a comunidade literalmente marcou uma época. Com a “morte” do orkut, permaneceu no limbo por um bom tempo até o próprio Elson resolver ressuscitá-la recentemente no Facebook, para onde todo mundo migrou.  Rapidamente a informação se espalhou, os antigos membros foram convidando os conhecidos, novas pessoas foram incorporadas e a velha camarilha estava de pé.

Não demorou para que surgissem os primeiros debates “inflamados”. Com a presença de figuras como André Forastieri (com quem trabalhei em São Paulo), ex-editor da revista, e dezenas de outros jornalistas e músicos relevantes do país, nomes de “destaque” da cena “independente” brasileira logo foram colocados na berlinda: Criolo, principalmente. Forasta provocou, o pau comeu, Pedro Alexandre Sanches se manifestou, Forasta respondeu na própria comunidade e, mais tarde, Daniel Ganjaman, produtor do disco “Nó Na Orelha”, resolveu entrar na dança.  E tudo ainda reverbera.

Apenas um caso entre tantos. O melhor de tudo isso é que a volta do grupo da Bizz serve, no mínimo, para inflamar discussões sobre a música brasileira e internacional, causar algum debate relevante e fugir da zona de conforto em que nos metemos, naturalmente no meio de muita babaquice e gente vomitando importância (você não espera nada muito diferente de jornalistas, espera?).

No fim das contas a “algaravia” é interessante pra todo mundo, se conseguirmos manter o mínimo de inteligência e respeito por lá. De quem se leva a sério fazendo troça de tudo. Chega aí na bagunça, tenta a sorte.

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A Bizz está morta, longa vida à Bizz  (Forasta)

Bizz, Facebook, jornalismo musical, público x privado e democracia (Meio Desligado)

Published in Cena BR Destaques