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“Cheguei bem a tempo de ver o palco desabar”: primeiro capítulo do novo livro de Ricardo Alexandre

Ricardo Alexandre tá voltando com tudo e a sorte é nossa. Disparado um dos melhores e mais lúcidos “jornalistas musicais” desse país, Ricardo, ex-redator chefe da Bizz e, mais importante, também responsável por “Dias de Luta”, sobre o rock brasileiro nos anos 80 – livro que acaba de ganhar reedição caprichada – e “Nem Vem Que Não Tem” – a ótima biografia de Wilson Simonal, recentemente botou na praça o documentário “Napalm: o som da cidade industrial”, sobre a histórica casa de shows em SP. 

Melhor ainda: Alexandre acaba de estrear (na verdade migrar) seu blog para o portal MSN e já liberou o primeiro capítulo do novo livro “Cheguei bem a tempo de ver o palco desabar”, que ele mesmo explica como vai ser: “50 capítulos, 50 causos e memórias sobre o período 1993-2008, tentando organizar a história do rock e do pop brasileiro a partir do ponto de vista de um garoto de Jundiaí nos bastidores do showbiz brasileiro.”

O livro será publicado aos poucos, às terças e quintas no blog. E o primeiro capítulo já tá no ar, em que Ricardo aborda de maneira sutil e precisa a babaquice que assolou boa parte das bandas brasileiras nos anos 90. Toma aí um trechinho e leia o post completo aqui.

Deus nos livre do “rock de verdade”.  O que queríamos era a atitude do rock filtrada por óculos multicoloridos de uma realidade avacalhada, de um país governado por um janota que dizia ter “aquilo roxo” e mandava recados pela camiseta enquanto fazia jogging. Pin Ups, Killing Chainsaw, Yo-ho-delic, Second Come, Mickey Junkies, a despeito de tantos bons momentos gravados na minha memória afetiva (e dos bons camaradas feitos na jornada), não apenas se recusavam a assimilar esse Brasil como o negavam por meio do pouco caso, do grunhido, da microfonia. Diziam estar de olho no “mercado internacional”, mas implodiram um a um tão logo encostaram no baixo teto do circuito alternativo de um país onde o rock já não era mainstream havia uns bons quatro anos.

 

Jornalista investigativo, crítico e escritor. Publico sobre música e cultura desde 2003. Fundei a Movin' Up em 2008. Escrevi 3 livros de contos, crônicas e poemas. Venci o Prêmio de Excelência Jornalística (2019) da Sociedade Interamericana de Imprensa na categoria “Opinião” com ensaio sobre Roger Waters e o "duplipensar brasileiro" na Movin' Up.

Published in Livros