Skip to content →

Microsoft mostra serviço na E3 2012

Em 2001, quando a Microsoft revelou que entraria no mercado de games com um console próprio, o espanto (e a dúvida) foi geral: a empresa de Bill Gates teria competência para competir num universo totalmente novo pra ela? Superaria a desconfiança dos fãs, a reputação não muito favorável do seu sistema operacional e conseguiria criar as condições exclusivas que a diferenciaria dos concorrentes com décadas de mercado?

11 anos, vários erros e muitos acertos depois, a resposta para todas essas perguntas parece um sonoro sim. A versão atual do 360 é confiável, a carta de jogos exclusivos conta com alguns blockbusters, o ambiente de comunidade virtual da Xbox Live é o mais celebrado, o Kinect, apesar de ainda engatinhar, trouxe diversas novas possibilidades de interação e por aí vai.

Nesse tempo, a indústria dos games passou a movimentar 56 bilhões de dólares por ano (segundo dados de 2010 da PriceWaterHouseCoopers), o que significa mais que o dobro da indústria da música. A previsão é que os games movimentem 85 bilhões de dólares em 2015. Eles são, em suma, a forma de mídia mais excitante, poderosa e de crescimento rápido do entretenimento atual. Recomendo a excelente reportagem da Economist de dezembro de 2011, que trata muito bem disso.

Corta pra E3, o maior evento do setor no mundo. Ao contrário da enrolação e de momentos pra lá de constrangedores em edições passadas, a Microsoft mostrou serviço na sua conferência. O objetivo, mais que declarado, é tornar-se o centro de mídia de toda casa. Para tanto, anunciou o aplicativo SmartGlass, que será lançado no fim do ano, é uma resposta ao GamePad do Wii U da Nintendo e transforma o Xbox numa central multimídia. O SmartGlass traz integração com iphones, ipads e gadjets portáteis com os sistemas Android e Windows 8. O Internet Explorer também recebeu uma versão para o console.

Veja a demonstração:

httpv://www.youtube.com/watch?v=cYF2FGPnXEc

No que realmente interessa, os games, a Microsoft apostou em dois blockbusters garantidos: Halo 4 e Call Of Duty: Black Ops 2, duas das maiores franquias da atualidade. Halo 4 parece realmente melhorado, ao contrário de receber apenas alguns updates. Já Black Ops, o excelente “spin off” da série Call of Duty, mostrou um gameplay “mais do mesmo”, exceto pelo controle de um caça. No entanto, a abordagem histórica e geopolítica que é o ponto forte da série (parece) foi deixada um pouco de lado.

httpv://www.youtube.com/watch?v=QWWzhpjS62I

httpv://www.youtube.com/watch?v=GIGB1Ze7eFk

Outro destaque foi o novo Tomb Raider, finalmente ressuscitado depois de uma série de games pra lá de esquecíveis, resgatando (ao que promete) um pouco do protagonismo que a série tinha na época do Playstation.

httpv://www.youtube.com/watch?v=NFhLS7DmLlc

Por fim, games que sempre representam bons lançamentos deram as caras: Splinter Cell: Blacklist, Gears Of War: Judgement, Forza Horizon e Resident Evil 6. 

Nada mal.

Jornalista investigativo, crítico e escritor. Publico sobre música e cultura desde 2003. Fundei a Movin' Up em 2008. Escrevi 3 livros de contos, crônicas e poemas. Venci o Prêmio de Excelência Jornalística (2019) da Sociedade Interamericana de Imprensa na categoria “Opinião” com ensaio sobre Roger Waters e o "duplipensar brasileiro" na Movin' Up.

Published in Destaques Games