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Lemmy: um autêntico monstro do rock

Lemmy Kilmister é um autêntico monstro sagrado do rock: de roadie de Jimi Hendrix a baixista & vocalista do Hawkwind, uma das bandas mais bacanas dos anos 70 (e gigante do space & psychedelic rock) até o legado imensurável do Motörhead, iniciado com o primeiro disco ainda em 1977, extremamente produtivo até hoje. “Bad Magic”, afinal, o último disco de estúdio, foi lançado em agosto desse ano. Tão bom quanto todos os outros lançados nos anos 00 (incríveis 8 álbuns nesse período). Lemmy se vai aos 70 anos, dedicando pelo menos 50 deles à música.

Com 40 anos de carreira somente no Motörhead, Lemmy construiu a mais longeva, influente, produtiva e relevante discografia de um power trio na história e, certamente, um dos atos mais admirados, copiados e respeitados dentro da música pesada. O Motörhead é a ponte entre a criação do metal e o “speed”/thrash metal. Não existiria Metallica sem o Motörhead. E não existiria centenas de outras bandas, melhores e piores. Junto com o Black Sabbath, Lemmy e cia representam a espinha dorsal de influência para o surgimento de estilos como o stoner, o sludge e por aí afora.

Com 22 discos de estúdio nas costas, a música, a postura de palco, a indumentária e os símbolos que acompanham o Motörhead desde a sua criação são sinônimo de rock/metal, sinônimo do “estilo de vida” clássico, por assim dizer. Lemmy é a encarnação do rock por excelência. Um cara admirado e querido por todos, responsável por algumas das melhores músicas, os melhores (e mais altos) shows que se tem notícia e (também) algumas das melhores e mais divertidas tiradas da história. Aos 70, Lemmy deixa um legado inestimável. Pra quem quiser saber mais sobre ele, recomendo o documentário: “Lemmy: 49% Motherfucker, 51% Son Of A Bitch“, disponível em torrent aqui. Quer baixar a discografia? Faça isso por você mesmo: aqui.

Abaixo, uma playlist com 15 músicas da carreira do Motörhead escolhidas pelo próprio Lemmy para esta ótima matéria da Rolling Stone. Pra ouvir bem alto, do jeito que Lemmy gostaria.

DISCOGRAFIA MOTORHEAD

Para uma banda que nunca lançou um disco ruim, mesmo com as mudanças de formação e as 5 décadas que atravessou, marcadas pelo trio original – Lemmy, Fast Eddie Clarke e Phil Animal Taylor – e a segunda, que permaneceu até o fim – Lemmy, Phil Campbell e Mikkey Dee – alguns podem acusar o Motorhead de “falta de imaginação” por “lançar sempre o mesmo disco”. Entendo, mas discordo. A fórmula foi sempre a mesma: garage rock/blues/rockabilly/speed metal/punk repleto de bons riffs, solos nervosos e a voz rasgada e gutural de Lemmy. Não há muito mais que você possa querer com a constância e qualidade que a banda ofereceu por tanto tempo. Divido a discografia, então, em dois blocos, os melhores, que merecem 4/5 estrelas e o segundo time, entre 3/4, seguindo o padrão mundial normalmente usado. Fica assim:

PRIMEIRO ESCALÃO

Motörhead – 1977
Overkill – 1979
Bomber – 1979
Ace of Spades – 1980
No Sleep Til’ Hammersmith (Live) – 1981
Orgasmatron – 1986
Bastards – 1993
Overnight Sensation – 1996
Inferno – 2004
The Wörld Is Yours – 2010

RESERVAS QUE PODEM SER TITULARES

Iron Fist – 1982
Another Perfect Day – 1983
Rock ‘n’ Roll – 1987
1916 – 1991
March ör Die – 1992
Sacrifice – 1995
Snake Bite Love – 1998
We Are Motörhead – 2000
Hammered – 2002
Kiss of Death – 2006
Motörizer – 2008
Aftershock – 2013
Bad Magic – 2015

HAWKWIND

Não por acaso, Lemmy participou da melhor fase do Hawkwind (72-75), uma das bandas seminais do space/psychedelic rock, mais pesada que a maioria. “Space Ritual”, de 1973, é um dos melhores discos ao vivo de todos os tempos, tranquilamente. Ouça também: “Doremi Fasol Latido”, “Hall Of The Mountain Grill” e “Warrior On The Edge Of Time”.

httpv://www.youtube.com/watch?v=yao_T2adl14

httpv://www.youtube.com/watch?v=HYAd0-ifNlM

Leia mais:

The inimitable Lemmy Kilmister

Lemmy Kilmister’s Wildest Escapades: 15 Insane Tales From a Legendary Life

Lemmy in his own words

Why Losing Lemmy Hurts So Much

Jornalista investigativo, crítico e escritor. Publico sobre música e cultura desde 2003. Fundei a Movin' Up em 2008. Escrevi 3 livros de contos, crônicas e poemas. Venci o Prêmio de Excelência Jornalística (2019) da Sociedade Interamericana de Imprensa na categoria “Opinião” com ensaio sobre Roger Waters e o "duplipensar brasileiro" na Movin' Up.

Published in Mundo