Gosto estranho de decepção com o fim do Transborda 2011. Após uma bela edição em 2010, a sensação é de que o festival apontou pra muitos caminhos – fazendo shows em diversos pontos da cidade e promovendo debates e oficinas na UFMG e outros cantos – e acertou pouco. Ao contrário dos três dias de show concentrados na Praça da Estação ano passado, este ano tivemos shows esporádicos em locais como Studio Bar, Granfino’s, Centro Cultural Regina e outros.
O dia principal ficou para a Praça do Papa. E aí pesaram três fatores: o frio monumental que fez no último domingo, já numa das regiões mais frias da cidade e duas coisas de responsabilidade da organização: o line-up fraco e o som incrivelmente ruim, baixo e de péssima qualidade. Era impossível ouvir alguma coisa decentemente na Praça do Papa, fazendo com que boas bandas sofressem e as ruins mais ainda, além de não deixar atrativo encarar a maratona de shows – o que aconteceu comigo e vários outros amigos.
Dos que eu vi, o Zimun não empolgou ninguém. O Violins – eterna banda acaba-e-volta de Goiânia – fez um show correto, assim como os mineiros do Chakal, que arrastou, como sempre, uma multidão de headbangers. Dibigode, Cérebro Eletrônico, Fritonahora (!?!) e Criolo, o hype do ano, encerram o evento.
Criolo, em especial, se vestiu com ares – e discurso – de sacerdote, como no vídeo abaixo dos chapas do Urbanaque. Antes de começar o ‘hit’ “Não Existe Amor em SP”, Criolo fez questão de entoar um discurso genérico sobre valor da arte e de uma “geração”, meio que veladamente respondendo as críticas que tem recebido, assim parece. O Transborda 2011 foi um festival com ganas de crescer além da conta e que acabou perdendo o foco. Que fique o aprendizado para as próximas edições.
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