Mesmo que eu tenha me afastado bastante do metal nos últimos anos, o estilo ainda é (e sempre foi) capaz de nos proporcionar ótimos discos. É o caso de um quarteto recém lançado: “Unto The Locust”, do Machine Head, “Worship Music”, do Anthrax, “The Hunter”, do Mastodon e “Heritage”, do Opeth.
“Unto The Locust” vem com a carga de suceder “The Blackening”, de 2007, o disco que colocou o Machine Head muitos níveis acima do que a sua carreira representava até então e cravou sua presença entre os melhores da década passada. Rob Flynn (vocal/guitarra), Adam Duce (baixo), Dave McClain (bateria) e Phil Demmel (guitarra) chegam ao terceiro disco juntos (e sétimo de toda a carreira da banda) mantendo o excelente nível do anterior, ainda que não alcance o mesmo patamar.
A faixa de abertura, “I Am Hell (Sonata In C#)”, dá ideia de todo o material. Coral criando a introdução “angelical” para explodir em riffs e bases pesadíssimas, na velocidade inteligente da cozinha e nos momentos mais inspirados da dupla Flynn/Demmel. Os 50 minutos da bolacha seguem na mesma toada e correspondem às expectativas.
Já o Anthrax demorou 8 anos para resolver seus inúmeros problemas internos e entra e sai de integrantes até fechar com Joey Belladona novamente, tomar vergonha na cara e lançar um disco que sem dúvida é o seu melhor desde “Persistence Of Time”, de 1990 (!!!). “Worship Music” traz a banda no ápice, compondo momentos que não víamos há bastante tempo. Mesmo que “We’ve Come For You All” fosse um belo disco e John Bush não fizesse feio, isso aqui é o Anthrax legítimo, aquele que construiu a sua reputação. E como é bom ouvi-los novamente.
httpv://www.youtube.com/watch?v=MGdbgoHI_Y8
“The Hunter” é o Mastodon reduzindo seu experimentalismo e suas estruturas quebradas, investindo mais na melodia e em arranjos “tradicionais”. Uma das bandas que ajudaram a revitalizar o metal, injetando uma inteligência incomum, entrega outro trabalho muito acima da média, que merece ser ouvido com cuidado.
httpv://www.youtube.com/watch?v=QirOgmuEyA4
Por fim, o Opeth, banda já conhecida por suas várias mudanças de rumo e álbuns bem diferentes uns dos outros, nos entrega “Heritage”. Com ares de anos 70, extremamente progressivo, caprichando nas harmonias e grande presença do novo tecladista, Joakim Svalberg. Com produção de Steven Wilson, do Porcupine Tree, dá pra sentir nitidamente a influência do PT neste novo disco. No que isso tem de positivo e de ruim. É o grupo assumindo 100% seu lado prog. Mikael Akerfeld, no entanto, se mantém em outro patamar. “Heritage”, como tudo que o Opeth faz, é pra ser apreciado com tempo e atenção.
httpv://www.youtube.com/watch?v=ETtTScrZUPk
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