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Alvinho Lancellotti: além do Fino Coletivo

Com o Fino Coletivo, Alvinho lançou dois discos bem recebidos: o auto-intitulado, de 2007 e “Copacabana”, de 2010. Com “O Tempo Faz a Gente Ter Esses Encantos” – que você pode baixar gratuitamente no site oficial – Lancellotti se lançou na carreira solo e recebeu menos atenção do que deveria. E é entre a divulgação deste trabalho, os shows especiais com o pai, Ivor e o irmão, Domenico (que a Movin’ conferiu em Brasília) e preparação para o novo disco do Fino Coletivo (que está para crowdfunding aqui) que batemos esse papo rápido com Alvinho.

Movin’ Up – O que você pôde explorar melhor no disco solo que, no Fino Coletivo, por um motivo ou por outro, acaba deixando de lado? Como você definiria o estilo de ambos?

Alvinho – No Fino Coletivo tudo é muito modificado. A proposta sempre foi tornar a atmosfera dançante, festiva. Resolvi fazer esse trabalho solo num momento em que muitas das minhas canções não tinham entrado pro segundo disco da banda. Pensei em fazer um trabalho solo para dar vazão a essas músicas mas de uma maneira que fosse mais orgânica e que me permitisse deixar minhas composições o mais próximas possíveis de quando elas nascem.

Movin’ Up – Há, nas suas músicas em geral, uma relação íntima com a cidade do Rio de Janeiro e uma espécie de navegar pela paisagem carioca, com suas recordações e momentos. Como você procurou adequar essa verve das letras com as composições, aqui num formato mais “acústico”?

Tenho certeza de que tudo aquilo que nos cerca esta nos influenciando de alguma maneira. Tudo o que eu venha fazer na vida terá inevitavelmente traços do Rio de janeiro. Mas não que eu pense nisso no momento de compor. trabalho de maneira intuitiva!

httpv://www.youtube.com/watch?v=GWGAx3lhirI

Movin’ Up – Você liberou o disco para download no site oficial e subiu algumas faixas no You Tube. Qual o resultado dessa divulgação espontânea e, de modo geral, como você avalia as estratégias de lançamento usadas hoje, tanto no formato independente quanto por uma gravadora mainstream?

Fiquei muito feliz com a possibilidade de ter o disco físico e de não ficar “preso”, sem poder liberar o disco pra download. No meu ponto de vista essa é a melhor forma pro artista independente. Até aqui já foram mais de 11 mil downloads do “o tempo faz a gente ter esses encantos”. Eu não teria chance de alcançar esses números somente com o disco físico.

Movin’ Up – Como você encarou a oportunidade de realizar esse projeto especial ao lado de Ivor e Domenico? Que avaliação você faz dos shows até agora?

Esse show em familia é inédito e tem sido uma diversão muito grande pra nós. O mais interessante no meu ponto de vista é que nós três temos trabalhos distintos e experimentamos coisas diferentes em nossas carreiras. Juntos fazemos um show bem democrático.

httpv://www.youtube.com/watch?v=eOdu0nxh8UQ

Movin’ Up – Como está a gravação do novo disco do Fino Coletivo? O que você pode dizer da pegada das composições até o momento? E, no mais, você pretende manter a carreira solo em paralelo com a banda?

Pretendo sim, manter trrabalho solo e fino coletivo paralelamente. Se possível até mais alguns outros projetos. 🙂

O Fino Coletivo “3” ainda vem balançado mas virá um pouco mais “triste”, no bom sentido! Desta vez gravaremos ao vivo pra aproveitar o entrosamento da “cozinha” e trazer uma atmosfera diferente.

Jornalista investigativo, crítico e escritor. Publico sobre música e cultura desde 2003. Fundei a Movin' Up em 2008. Escrevi 3 livros de contos, crônicas e poemas. Venci o Prêmio de Excelência Jornalística (2019) da Sociedade Interamericana de Imprensa na categoria “Opinião” com ensaio sobre Roger Waters e o "duplipensar brasileiro" na Movin' Up.

Published in Entrevistas