O KMFDM pode ser considerado, facilmente, o Motorhead do industrial. Nos seus 30 anos de carreira, algumas mudanças de formação e dezenas de discos nas costas, a banda fundada na França nunca deixou o nível cair demais. Você sabe exatamente o que esperar de um disco deles: riffs em profusão, bases ultra pesadas, variações de tempo com vocais femininos e todos os principais elementos do industrial que eles mesmos ajudaram a estabelecer, ali, gritando provocações na sua cara.
“Kunst” não é diferente. A faixa de abertura, que também dá nome ao disco, é o resumo do KMFDM: pedrada sem concessão com seus timbres característicos e uma das mais inspiradas do álbum. O fundador Sascha “Kapt’n K” Konietzko, a vocalista Lucia Cifarelli, os guitarristas Jules Hogdson & Steve White e o baterista Andy Selway – formação firme pós 00 – mantém a mesma pegada e aproveitam para “acenar” para o grupo russo Pussy Riot, preso em 2013, através da “homenagem” na arte de capa (cortesia de Aidan Hughes, colaborador desde sempre) e numa faixa – razoável – do disco.
“Quake”, “Next Big Thing”, “Pseudocide” e “The Mess You Made” são os destaques de um disco que prima por tudo aquilo que fez o KMFDM ser a instituição que é: letras irônicas, autodepreciativas e políticas, uma ou outra concessão em faixas mais “dance” e muito pouco mimimi. No fim, o KMFDM carrega a bandeira do industrial com a vitalidade de poucos e “Kunst” (que significa arte em alemão) é um dos melhores e mais intensos trabalhos em tempos.
httpv://www.youtube.com/watch?v=Aw8L6jeDLt8