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Crippled Black Phoenix – (Mankind) The Crafty Ape

Formado em 2004 no Reino Unido com integrantes de bandas conhecidas no underground como Mogwai, Portishead, Borknagar e Eletric Wizard, o Crippled Black Phoenix chega ao quarto disco com uma nítida fusão de Pink Floyd, influência maior e vasta encontrada na sua sonoridade, o prog e folk dos anos 70 em geral e um tiquinho de Tom Waits. Um arsenal de boas referências, portanto.

“(Mankind) The Crafty Ape” se divide em dois discos e três atos. Quem não é afeito ao progressivo, portanto, pode passar longe. Para os apreciadores o deleite é certo: faixas como a abertura dos 10 minutos de “The Heart Of Every Country” transpiram Floyd numa mistura de “Echoes” com o disco “The Division Bell”. Dá até pra ouvir David Gilmour solando ali no meio (06:40).

 httpv://www.youtube.com/watch?v=SLiR_MT6toQ

 Mas num trabalho longo e com um background variado como o dos integrantes, temos espaço também para ótimas faixas como “Release The Clowns”, pesada, quase stoner rock, com riffs empolgantes e backings acertados. “A Suggestion (Not A Very Nice One)” é outra que merece destaque pela ponte 70’s-90’s que faz com enorme talento.

Como manda o figurino, temos interlúdios e passagens climáticas que dão aquele caldo conceitual e atmosférico consagrado, transitando entre músicas de desenvolvimento lento que primam pelas melodias e harmonias variadas com outras aceleradas e mais curtas, conseguindo imprimir talento e competência em todas elas. O encerramento com “Faced With Complete Failure, Utter Defiance Is The Only Response” te leva de volta pro Pink Floyd circa Live At Pompeii, o que é sempre bom.

Um dos melhores discos do ano que não fica refém do saudosismo mas consegue criar ótima música com referências certeiras, como é praxe em toda a discografia do Crippled Black Phoenix.

Jornalista investigativo, crítico e escritor. Publico sobre música e cultura desde 2003. Fundei a Movin' Up em 2008. Escrevi 3 livros de contos, crônicas e poemas. Venci o Prêmio de Excelência Jornalística (2019) da Sociedade Interamericana de Imprensa na categoria “Opinião” com ensaio sobre Roger Waters e o "duplipensar brasileiro" na Movin' Up.

Published in Reviews de Cds