Skip to content →

Grito Rock Sabará: “eu tô tão feliz”

Drogas: ou você usa, ou não
Quando começou, há alguns anos atrás, o Grito Rock era uma bela iniciativa: hoje, consolidado, a nona edição alcança mais de 130 cidades e 10 países: Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia, Chile, Panamá, Costa Rica, Honduras e El Salvador. Os números falam por si. Talvez seja a iniciativa mais importante do Circuito Fora do Eixo. E por mais que você possa questionar um milhão de coisas relativas ao FDE – já debatidas por aí e que não é o foco agora – não dá pra ignorar algo dessa magnitude.

Em Sabará, a edição 2011 acontece na Casa João Figueiredo e Silva, no centro histórico da cidade e também sede do Coletivo Fórceps. Dá pra afirmar com tranquilidade o bom trabalho que o Fórceps vem realizando no meio alternativo da cidade há algum tempo. Não é porque sou amigo dos caras, mas seja na música, cinema, cultura e debates em geral, sem dúvida é um dos coletivos mais atuantes fora das metrópoles. E não, que eu saiba eles não desviam dinheiro, sacaneiam bandas e coisas do gênero. 🙂

No sábado, 05, infelizmente perdi o show do Aeromoças e Tenistas Russas, de São Carlos/SP. A banda tem um instrumental interessante e você pode conferir um pouquinho como foi no vídeo abaixo:

httpv://www.youtube.com/watch?v=xKnEX0CE2Bs

Na sequencia veio o Mekanos, de Poços de Caldas/MG. Começou devagar, tímido, com músicas mais genéricas que qualquer coisa. Mas desenvolveu bem, conseguiu mostrar outras facetas e no fim fez um show agradável, com algumas boas composições do disco “Registro de Pequenos Objetos”, lançado em 2009 e algumas inéditas. A banda ainda precisa se desvencilhar de algumas influências processadas no automático, mas demonstraram que tem um bom conjunto e chegam perto duma espécie de “pop” refinado quando querem.

Pra fechar a noite, o projeto “Churrasco!”, do Marcelo Santiago. Banda “ocasional”, centrada na experimentação, pratica um instrumental que, deliberadamente, dá pra ser definido como “experimental-noise-core-crazy-mothafucka-drunk-garage”. Bateria, guitarra e efeitos criam uma massa sonora cheia de reverbs, microfonias, riffs “espontâneos” e explosões de punch-calmaria mezzo calculadas. É o tipo do negócio que dá gosto de ver ao vivo. Lembra desde coisas óbvias como Sonic Youth e John Frusciante até grupos menores e igualmente experimentais e esporrentos. A se lamentar somente a curta apresentação: dá pra render mais.

No “tempero” da festa, figuras impagáveis de surgimento obscuro típico de Sabará. Como o tiozão que não parava de proferir a frase do título desse texto, além de “se jogar” numa dança bem “peculiar” que não mudava de banda pra banda. Solicito vivamente gravações da peça rara que foram feitas.

O Grito Rock Sabará termina no dia 07, com shows locais do Peça Oratória na 1ª Pessoa e Gê Mala Veia. Vale a pena também ficar atento nos diversos eventos e ações que o Fórceps realiza durante o ano. E, claro, conferir o Grito Rock mais próximo de você.

Published in Destaques Reviews de Shows