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Shine on, Pedro Souto, you crazy diamond, shine on…

Brasília acaba de perder um dos mais talentosos, dedicados, promissores e queridos talentos da sua geração musical: Pedro Souto, apenas 23 anos, guitarrista e baixista de tantas bandas, uma das figuras mais presentes e carismáticas do movimento Grogue. No power trio Almirante Shiva, no Rios Voadores, no Joe Silhueta, no Cassino Supernova, no Judas, no Alf…Pedro era um músico incrível, precoce, que começou a tocar ainda antes dos 20 anos, com uma baita presença de palco e um cara que se tornou um amigo. Homenagens nas redes sociais se proliferam entre os músicos e amigos da cidade.

No lançamento do último EP do Almirante Shiva, banda que tive a oportunidade de assistir algumas vezes, escrevi aqui:

Na profusão de bandas que mesclam o psicodélico com o stoner, o hard, sludge, progressivo, o metal e por aí afora, o Almirante aposta em uma fusão mais 60/70, de referências inevitáveis como 13th Floor Elevators, Black Sabbath, Captain Beefheart e Cream até um sabor bem prog brasileiro como O Terço, Som Imaginário, Mutantes e Som Nosso de Cada Dia e bandas mais obscuras da época como Atomic Rooster e Budgie.

É nessa pegada que Pedro Souto (guitarra), Marlon Tugdual (bateria) e Carlos Beleza (baixo) lançam o novo EP, “Foco”. Com apenas 3 faixas, vai da aura bem Santana 70’s da abertura com “Fuzzy-Tanga”, passando pela boa (e não por acaso a mais radiofônica de todas) “Rádio” até o peso da faixa título.

No geral, observa-se uma nítida evolução do trio do primeiro EP até aqui, conseguindo caprichar melhor na produção, com mais variação de harmonias e subindo um nível para além do bê-a-bá do estilo, se destacando do lugar comum. Música que já melhorou em estúdio e funciona ainda mais ao vivo.

Recentemente, o grupo lançou o bom disco de remixes “The Sekuelated Sounds of Almirante Shiva”, entregando a sua música para uma mistura eletrônica (e conseguindo um resultado interessante), mostrando que estavam apenas começando a experimentar.

E nada melhor que celebrar a vida de Pedro que ouvindo a sua música. Fará muita falta, camarada.

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Jornalista investigativo, crítico e escritor. Publico sobre música e cultura desde 2003. Fundei a Movin' Up em 2008. Escrevi 3 livros de contos, crônicas e poemas. Venci o Prêmio de Excelência Jornalística (2019) da Sociedade Interamericana de Imprensa na categoria “Opinião” com ensaio sobre Roger Waters e o "duplipensar brasileiro" na Movin' Up.

Published in Cena BR