Se você esteve na Terra nos últimos 10 dias, deve ter se deparado com o “rebuliço” que o novo clip da Beyoncé e sua apresentação no Super Bowl tem causado. ‘”Formation” é um ponto de virada interessante para uma artista que resolveu definitivamente sair da sua zona de conforto e assumir a ponta da cultura pop no que se refere a cultura negra, opressão policial, racismo, feminismo e outros temas.
httpv://www.youtube.com/watch?v=LrCHz1gwzTo
O tema é urgente e está por aí há algum tempo: em 2009 (7 anos atrás, portanto) perguntamos aqui na Movin’: a cultura pop teria definitivamente se branqueado? Usando justamente Beyoncé como destaque. De fato, Beyoncé, muitas vezes, foi (por ela mesmo ou por quem a cerca) deliberadamente branqueada. Um “detalhe” que não escapa da sketch brilhante que o Saturday Night Live levou ao ar recentemente: usando de fina ironia, como é costume, o tradicional programa mostra o “choque” da América branca quando ela descobre (pasmem!) que o novo clip de Beyoncé revela que ela é negra.
httpv://www.youtube.com/watch?v=sGsPiesQ_ek
Interessante lembrar dos diferentes conceitos de “negro” e “branco” nos Estados Unidos e aqui no Brasil. Falei um pouco disso na resenha do livro “Os Negros na América Latina”, de Henry Louis Gates Jr. O colega Tiago Ferreira, do Na Mira do Groove, fez uma boa análise desse “levante” de Beyoncé.
Por fim, a Slate produziu um excelente artigo mostrando as interseções entre o ativismo de Beyoncé, os momentos nas carreiras de cada um e a influência de Michael Jackson nisso. O pop enquanto ativismo, representatividade e consciência social (também) é muito importante.