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2016: um ano de perdas (muitas) e ganhos (alguns)

2016 foi, sobretudo, um ano de perdas. O pior em muito tempo. Neste ano, perdemos algumas das mais brilhantes, inovadoras, influentes e únicas mentes da história da música. É o caso de David Bowie e Leonard Cohen, que nos deixaram com discos-testamento belíssimos. É o caso de Prince e Lemmy, fundamentais para a música negra e o rock/metal. É o caso de Greg Lake, presente no início do King Crimson e em um dos melhores discos da história (In The Court Of The Crimson King) e no próprio Emerson, Lake & Palmer, claro. É o caso de Phife Dawg, que ilustra essa matéria, porque não escrevi sobre o A Tribe Called Quest, simplesmente o melhor grupo de hip-hop de todos os tempos, que também deixou um testamento e uma homenagem para Dawg e os fãs em “We Got It From Here…Thank You 4 Your Service”, o primeiro disco inédito em 18 anos (!!!) e a despedida.

Mas, como sempre, tivemos ótima música sendo feita em todos os estilos, como os 50 álbuns estrangeiros escolhidos mostram. E como os 10 brasileiros também, sendo uma das poucas safras em que realmente gostei de todos os 10 escolhidos e ficou gente de fora. Há, sempre que possível, links para as matérias publicadas sobre cada álbum aqui na Movin ao longo do ano. Assim como shows e outras áreas. Vamos lá.

Devonte Hynes / Blood Orange
Dev Hynes / Blood Orange

TOP 10 – DISCOS ESTRANGEIROS

David Bowie – [Blackstar]

Blood Orange – Freetown Sound

Matt Elliott – The Calm Before

Nick Cave & The Bad Seeds – Skeleton Tree

Oranssi Pazuzu – Värähtelijä

Michael Kiwanuka – Love & Hate

The Field – The Follower

A Tribe Called Quest – We Got It From Here…Thank You 4 Your Service

Aluk Todolo – Voix

Gorguts – Pleiades’ Dust

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TOP 40 (sem ordem de preferência)

De La Soul – and the Anonymous Nobody

PJ Harvey – The Hope Six Demolition Project

Tim Hecker – Love Streams

Ka – Honor Killed the Samurai

Mamiffer – The World Unseen

Nails – You Will Never Be One of Us

Niechęć – [self-titled]

Angel Olsen – MY WOMAN

Radiohead – A Moon Shaped Pool

Teenage Fanclub – Here

Vektor – Terminal Redux

Xiu Xiu – Plays the Music of Twin Peaks

Wormrot – Voices

Opeth – Sorceress

Swans – The Glowing Man

Leonard Cohen – You Want It Darker

Black Mountain – IV

Kurushimi – Kurushimi

MONO – Requiem For Hell

Neurosis – Fires Within Fires

Oathbreaker – Rheia

Car Seat Headrest – Teens Of Denial

Santana – Santana IV

Sturgill Simpson – A Sailor’s Guide To Earth

Subrosa – For This We Fought The Battle Of Ages

Ulcerate – Shrines Of Paralysis

Ulver – ATGCLVLSSCAP

Alcest – Kodama

Thee Oh Sees – A Weird Exits

Aesop Rock – The Impossible Kid

Messhugah – The Violent Sleep Of Reason

Dälek – Asphalt For Eden

Crippled Black Phoenix – Bronze

Serpentwithfeet – blisters

King Gizzard and the Lizard Wizard – Nonagon Infinity

Underworld – Barbara Barbara, we face a shinning future

Gruesome – Dimensions Of Horror

Solange – A Seat At The Table

Colin Stetson – Sorrow

SHXCXCHCXSH – SsSsSsSsSsSsSsSsSsSsSsSsSsSsSs

MELHORES MÚSICAS NO POP/MAINSTREAM

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TOP 10 – DISCOS BRASILEIROS

Hurtmold & Paulo Santos – Curado

Metá Metá – MM3

BaianaSystem – Duas Cidades

Martinho da Vila – De Bem Com a Vida

Serena Assumpção – Ascensão

maquinas – Lado Turvo, Lugares Inquietos

Mahmundi – Mahmundi

Academia da Berlinda – Nada Sem Ela

Rios Voadores – Rios Voadores

The Baggios – Brutown

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SHOWS (sem ordem de preferência)

Antibalas

Wilco (Popload Festival – SP)

João Donato

Bixiga 70

Mutantes

Guns N’ Roses

Sepultura

Ira!

Planet Hemp

Rodrigo Campos

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 Melhor lançamento especial

Pink Floyd – The Early Years (1965-1972)

Apenas o mais completo boxset já feito (27 discos!!!) sobre os primeiros anos do Pink Floyd, com material inédito e uma arqueologia longe de ser somente caça-níquel. Ainda tivemos vídeos originais lançados e muita, muita coisa bacana da melhor banda de todos os tempos (alguém tem coragem de questionar?)

Melhor disco ao vivo

Kate Bush – Before The Dawn

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2016 também foi o ano em que eu “fiz as pazes” com Kate Bush, artista que nunca tinha dado a atenção que merecia. E, por coincidência, Bush fez o favor de lançar um disco ao vivo em 3 atos com uma produção incrível reunindo o melhor do seu repertório em 40 anos de carreira. Infalível.

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FILMES/SÉRIES/DOCS/TV

É importante colocar tudo em um balaio só porque, mais do que nunca, não há barreiras tão definidas entre eles e o que importa, aqui, é a qualidade. Estas foram as melhores coisas que vi em vídeo este ano:

A Cidade Onde Envelheço (Marília Rocha)

Requiem For The American Dream (Noam Chomsky)

Cooked (Michael Pollan)

Chef’s Table (Segunda Temporada)

Hip-Hop Evolution (excelente doc em 4 partes)

Making a Murderer (lançada no fim de dezembro de 2015, vista em janeiro)

Can’t Stand Losing You (“Sobrevivendo ao The Police”)

Narcos (Segunda Temporada)

Game Of Thrones (Sexta Temporada)

Bola da Vez (ESPN Brasil)

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 MELHORES LIVROS

Não sou “novidadeiro”. Ou seja: acompanhar os lançamentos do ano é irrelevante pra mim. Importa mais os livros que li ou reli, em um exercício permanente e necessário daquilo que me interessa. E, felizmente, nunca li tanto como em 2016. Abaixo, 15 títulos (ou coleções) de um dos anos mais intensos em muito tempo.

Graciliano Ramos – Angústia

Raduan Nassar – (Obra Completa)

João Antônio – Contos Reunidos

Bernardo Kucinski – K. (Relatos de Uma Busca) e Você Vai Voltar Pra Mim (contos)

Gonçalo M. Tavares – O Reino (Tetralogia)

Roberto Piva – Mala Na Mão & Asas Pretas

Julio Ramón Ribeyro – Só Para Fumantes

Max Blecher – Acontecimentos na Irrealidade Imediata

Valter Hugo Mãe – A Máquina de Fazer Espanhóis

Miguel Esteves Cardoso – O Amor é Fodido

José Donoso – O Lugar Sem Limites

Roland Barthes – Fragmentos de Um Discurso Amoroso

José Lezamma Lima – Paradiso

Pirandello – Um, Nenhum e Cem Mil

Julio Cortázar – O Perseguidor

Jornalista investigativo, crítico e escritor. Publico sobre música e cultura desde 2003. Fundei a Movin' Up em 2008. Escrevi 3 livros de contos, crônicas e poemas. Venci o Prêmio de Excelência Jornalística (2019) da Sociedade Interamericana de Imprensa na categoria “Opinião” com ensaio sobre Roger Waters e o "duplipensar brasileiro" na Movin' Up.

Published in Melhores do Ano